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A diretora de Mulheres do Sindifort, Franciane Lima, representou o sindicato na mobilização.

Nesta terça-feira, 30/7/24, aconteceu o Dia Nacional de Mobilização por Menos Juros, Mais Empregos. Em Fortaleza, o ato ocorreu em frente à sede do Banco Central e foi promovido pelo Sindicato dos Bancários, com o apoio da Intersindical Central da Classe Trabalhadora, Sindifort e outras entidades. A diretora de Mulheres do Sindifort, Franciane Lima, representou o sindicato na mobilização.

Atos similares acontecem em todo o Brasil durante a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que termina hoje e deve definir se haverá mudanças na taxa básica de juros da economia nacional, a Selic.

Mas por que a Selic, interessa a todos nós? Para Juliane Furno, professora da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), “O aumento das taxas de juros causa desemprego e queda do crescimento econômico, e isso diminui o custo dos serviços. O sistema financeiro se beneficia, sobretudo o setor bancário, que empresta tendo como base a taxa básica de juros. Ou seja, quem vive de rentismo se beneficia”.

Em sua última reunião, em junho, o Copom manteve a taxa em 10,5% ao ano. Também em junho, o setor público gastou R$ 94,9 bilhões só com a dívida pública, que está diretamente relacionada à Selic. Segundo o jornal Brasil de Fato, com o valor usado para pagar somente os juros mensais da dívida pública, o governo federal poderia pagar os R$ 1.412 de Benefício de Prestação Continuada (BPC) durante um ano a quase todos os 5,9 milhões de idosos beneficiários do programa.

A Selic continua nas alturas principalmente devido ao presidente do BC, Roberto Campos Neto. Nomeado por Bolsonaro em 2019, Campos Neto apoiou a reeleição deste, inclusive utilizando modelos matemáticos produzidos pelo BC para informar o ex-presidente de suas perspectivas eleitorais. Só isso já seria motivo para afastá-lo. Atualmente Campos Neto segue uma política de juros altos que agrada ao mercado. “Mercado” é simplesmente como a imprensa chama os banqueiros e especuladores, que sangram os recursos do país para lucrarem através do esquema da dívida pública.

Dificilmente a Selic sofrerá alterações significativas na reunião de hoje. Fora Campos Neto! Por uma auditoria da dívida pública e fim dessa política abusiva de juros!