Resistência para um país de todos e todas
Caros servidores e caras servidoras,
Ao longo das últimas semanas, vivemos em nossos lares, nas ruas e nas urnas um processo eleitoral marcado por intensas divergências político-partidárias e de projetos para o Brasil. Antes mesmo do resultado do segundo turno, sabíamos que os próximos quatro anos seriam difíceis para a população brasileira, principalmente para o servidor público. Agora, com a eleição já consolidada pela vitória de Jair Bolsonaro nas urnas, nosso papel se torna ainda mais fundamental na defesa de direitos da classe trabalhadora.
Mas não podemos considerar que saímos derrotados deste processo eleitoral. Conseguimos reunir milhões de pessoas, dos mais diferentes partidos e ideologias, tanto da direita quanto da esquerda, com o objetivo em comum de defender a democracia. Exemplo disso é que a maioria dos brasileiros não apoia o candidato eleito. Apesar de ter recebido 57 milhões de votos válidos contra 47 milhões de seu opositor, se levarmos em conta abstenções, brancos e nulos – que somaram mais de 42 milhões neste ano – temos 89 milhões de eleitores que não apoiam a extrema-direita.
Por isso, precisamos ter em mente que jamais irão retirar o que de mais importante conseguimos construir: uma unidade consciente e corajosa para enfrentar os obstáculos que estão por vir. E o primeiro desafio que temos é a votação da Reforma da Previdência, já em negociação entre o governo eleito e Michel Temer para ser aprovada ainda em 2018.
Como se não bastasse, a equipe de Jair Bolsonaro tem proposto uma mudança ainda maior para a Previdência: adotar o regime de capitalização. No novo regime, o trabalhador precisará fazer uma espécie de poupança para receber os benefícios do INSS. Aquele que não conseguir poupar devido ao desemprego ou a atividades autônomas e sem carteira assinada, dificilmente poderá se aposentar. Especialistas observam que o regime de capitalização retira rendimentos do trabalhador e assegura lucro apenas para banqueiros e seguradoras.
Além da Reforma da Previdência, estaremos vigilantes e lutando, sempre dentro das vias democráticas, para garantir o 13º salário, as férias remuneradas, a igualdade salarial, a estabilidade do servidor público, a livre manifestação de pensamento e tantos outros direitos garantidos desde a Constituição de 1988. Neste novo cenário, esperamos que o presidente eleito também seja responsável por resguardar os direitos de todos os brasileiros e brasileiras, sempre respeitando o campo democrático e a soberania popular.
Aos servidores e servidoras, lembre-se que temos uns aos outros. Juntos, estaremos reafirmando os nosso espaços e usaremos todos os recursos democráticos caso necessário. A partir de agora, nós do Sindifort e da Intersindical – Central da Classe Trabalhadora faremos da resistência a nossa principal força para que possamos, enfim, florescer.
Não aceitamos nenhum direito a menos!