Na quarta-feira, 16/3, servidores e empregados públicos municipais, em estado de greve, comparecem à Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) para realizar manifestação e pressionar vereadores por mudanças nos projetos de lei que tratam do reajuste salarial e tramitam em regime de urgência desde a semana passada.
Grande parte do reajuste proposto pela Prefeitura será corroído pela inflação. Conforme os projetos enviados a CMFor, haverá 2% de reajuste em março e 8,5% em dezembro, havendo retroatividade a janeiro deste ano somente para os 2% iniciais. Esta proposta não repõe nem as perdas de 2015, já que os 8,5% serão corroídos pela inflação ao longo deste ano. Somente nos dois primeiros meses de 2016, a inflação em Fortaleza já acumulou 2,25%, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ano passado, Fortaleza teve uma inflação 11,43% pelo mesmo indicador.
Conforme estudo do economista e professor da UFC, Aécio Oliveira, “a inflação acumulada de maio de 2008 até dezembro de 2015 foi 66,47%, enquanto que os reajustes de salários totalizaram 37,84%. Seria necessário um reajuste de salários de 20,77%, a partir de 1º de janeiro de 2016, para recuperar o poder de compra de maio de 2008”.
Enquanto alega crise econômica, o prefeito Roberto Cláudio (PDT) continua gastando milhões com obras, como a do viaduto que desabou na Raul Barbosa e com a terceirização da saúde e da limpeza urbana, entre outras. Diante de tanto descaso, servidores e empregados públicos seguem em mobilização, pedem apoio da sociedade e dos vereadores com a palavra de ordem “Não causamos a crise, não pagaremos por ela, a luta é de todos.”