Graças a mobilização dos servidores e da população, o Hospital e Maternidade Nossa Senhora da Conceição (HNSC), unidade referência para o Conjunto Ceará e para o Grande Bom Jardim, continuará funcionando. A direção do Sindifort e da Intersindical – Central da Classe Trabalhadora esteve à frente da luta. O hospital está paralisado desde o dia 22 de agosto devido a problemas elétricos. Servidores relatam que houve inclusive princípio de incêndio.
O prefeito Roberto Cláudio (Pros) esteve na quinta-feira, 27 de agosto, no HNSC em reunião com servidores, representantes da comunidade e direção do Sindifort (diretoras Ana Miranda e Regina Cláudia Neri). Ele anunciou que haverá reforma na subestação elétrica, devendo a obra durar 30 dias. O prefeito também afirmou que serão mantidos os atendimentos ambulatoriais mesmo após o início das obras. Os serviços de pediatria e obstetrícia serão transferidos para o Hospital Zilda Arns (Hospital da Mulher).
A decisão da Prefeitura veio após protesto ocorrido na manhã do dia 25 de agosto, terça-feira, quando servidores e população fizeram a denúncia da situação. O ato teve larga repercussão na imprensa, forçando a Prefeitura a dar uma resposta concreta. Antes da mobilização, o hospital seria simplesmente fechado, todos os pacientes seriam transferidos para o Hospital da Mulher e não haveria definição quanto ao destino dos servidores.
Esta não é a primeira vez que o HNSC apresenta problemas estruturais e a Prefeitura não toma providências efetivas para saná-los. Em março deste ano, já houve problema semelhante ao atual, com transferência de pacientes para o Hospital da Mulher, que não possui a devida estrutura para garantir amplo atendimento, além de se localizar a quase 7 quilômetros de distância do HNSC.
Durante a manifestação, a representação do Sindifort reafirmou que é inaceitável que a Prefeitura continue tratando a saúde com descaso, prejudicando a população e os servidores. “O que essa gestão faz é tentar desativar os equipamentos de saúde, como o Centro de Especialidades Médicas José de Alencar (Cemja), espalhando os atendimentos para outras unidades. É preciso mudar essa concepção de que os hospitais secundários não têm função”, lembrou Regina Cláudia Neri, diretora setorial de saúde Sindifort. A diretora ainda ressaltou a importância do envolvimento dos servidores e da população em cobrar pela manutenção do Hospital.
No final do ato no dia 25, servidores e dirigentes do Hospital reuniram-se para discurtir os problemas. Cerca de 50 servidores, entre médicos e funcionários, além do diretor do hospital, Paulo Paiva Saraiva, e do Coordenador de Unidades Hospitalares de Fortaleza, Francisco Alencar, participaram do encontro.
Uma comissão formada por servidores da unidade acompanhará a vistoria e as obras. O Sindifort, juntamente com o Sindicato dos Médicos do Ceará (SIMEC), levará as questões à Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde do Ministério Público para também acompanhar o andamento das reformas. Na sexta-feira, dia 26 de agosto, está marcado novo protesto, às 16h, em frente ao HNSC.