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Em assembleia geral realizada no auditório do Sindifort na manhã de quinta-feira, 22/05, os garis da Emlurb decidiram  manter a paralisação da categoria, iniciada no dia 23/04., completando assim 30 dias de greve. A decisão foi tomada após reunião ocorrida na tarde do dia 21/05, entre uma comissão de garis e diretores do Sindifort e Sindilurb, e representantes do secretariado municipal e da Emlurb.

A reunião foi marcada através de mediação da Câmara Municipal de Fortaleza após garis terem realizado protesto na sede da mesma e se acorrentado nas galerias.

Além disso, este desconto traz prejuízos à vida funcional do empregado pois repercute sobre férias, FGTS, aposentadoria e outros direitos assegurados no Plano de Empregos, Carreiras e Salários (PECS) da Emlurb. Além de decidirem pela continuidade da greve, os garis aprovaram realizar uma campanha de solidariedade junto a população, entidades e instituições para recolher doações e alimentos e continuar abertos à negociação. Foi decidido também reforçar a mobilização através de contatos individuais e realizar nova assembleia geral na segunda-feira, 26/05/14, às 8h30 na sede da Emlurb.

Embora tenha havido alguns avanços com relação ao tendimento da pauta de reivindicações, os representantes do Executivo se mostraram inflexíveis quanto à compensação dos dias não trabalhados durante a greve.  Pelo contrário, a ordem é já descontar 6 faltas referentes ao mês de abril/14, no contracheque que será pago no início de junho. Os sindicatos propuseram que houvesse compensação das faltas com trabalho nos finais de semana ou aumento da carga horária de 6h diárias, podendo chegar até 8h. Mas o titular da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), João Pupo, não concordou. A determinação da PMF é manter o corte dos pontos e, de forma administrativa, criar uma escala de horas extras na remuneração dos gariss durante a Copa do Mundo.

Com isso há prejuízo de imediato pois os garis, em sua grande maioria, recebem como salário base somente o valor do salário mínimo e não têm como manter nem a alimentação de suas famílias com o desconto efetuado.

Intransigência
A intransigência da Prefeitura é injustificada. Na sexta-feira, 16/05, os representantes do executivo faltaram a reunião agendada no Ministério público do Trabalho (MPT) para mediar a greve. A PMF e Emlurb haviam se comprometido a apresentar nessa reunião uma resposta à proposta feita pelos representantes dos trabalhadores para o retorno dos garis às suas atividades. Esse compromisso foi assumido durante a primeira audiência de negociação no MPT, ocorrida na quinta feira, dia 15/05, conforme registrado em ata.

Tal atitude foi considerada pelo próprio MPT como uma demonstração de que PMF e Emlurb não estão dispostos a dialogar efetivamente com os trabalhadores em greve, vez que o pedido de adiamento não foi sustentado por nenhum documento ou justificativa razoável para o não comparecimento dos representantes do governo municipal e da empresa. O MPT ainda considerou agravante o fato de o Município contar com uma equipe de procuradores aptos a responder por ele. O procurador do Trabalho registrou ainda que não houve denúncia de nenhuma irregularidade na greve.