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Desde o sábado de carnaval (14/02), vários semáforos de Fortaleza estão com problemas. Na quinta-feira, 19, o total chegava a 22 semáforos sem funcionamento adequado em cruzamentos importantes de diversos bairros da capital. Para contornar a situação, agentes da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC) foram deslocados para atuar nos cruzamentos substituindo o equipamento, o que em alguns locais é uma atividade massacrante dado o número de veículos, largura das pistas, sol, calor, etc.

Com a grande quantidade de semáforos em pane, o efetivo da categoria chega a ser insuficiente para cobrir todos os cruzamentos, fato que ocorreu na quarta-feira de cinzas. Devido ao trabalho durante o carnaval e folga subsequente, apenas 39 agentes estavam escalados no turno da manhã. Por esse motivo, os agentes decidiram fazer um protesto para cobrar da Prefeitura/AMC uma solução para o problema.

No início da manhã da quinta-feira (19), os agentes definiram, em reunião, voltar aos locais onde os semáforos ainda apresentam mal funcionamento. A decisão ocorreu em respeito à população, em função da intensificação do tráfego de veículos após o fim do carnaval, além da normalização do funcionamento do comércio e escolas. Entretanto, o retorno ainda foi feito a sob protesto, uma vez que nem a AMC nem a PMF apresentaram uma solução concreta para o caso.
Pior: a Prefeitura e a AMC ameaçam instaurar procedimento administrativo para punir os agentes de trânsito que participaram do protesto na quarta-feira. Esta medida é uma clara retaliação pelo fato dos agentes, por meio do Sindifort, terem feito a denúncia da situação junto à imprensa e à população, levantando inclusive a possibilidade de sabotagem dos semáforos.

A manutenção dos semáforos é feita exclusivamente por uma empresa terceirizada: a NovaKoasin. Representantes da empresa declaram aos jornais ter suspendido o serviço de manutenção por atrasos de pagamentos que remontam a 2013, ano em que também houve problema similar com semáforos, só que em menor escala.

Na época, o Sindifort denunciou a situação e alertou a Prefeitura para a irresponsabilidade de deixar todo o sistema de semaforização da cidade entregue a uma única empresa e ainda por cima terceirizada. Não bastasse isso, ainda atrasam pagamentos. De acordo com o Portal da Transparência, o valor anual do contrato entre a PMF e a NovaKoasin, vencedroa de uma licitação em 2009, é de R$ 19,6 milhões.

Em reunião na manhã desta sexta-feira, 20/02, os agentes decidiram que continuam trabalhando na operação semafórica até a segunda-feira, 23/02, quando deverão realizar uma assembleia geral, às 17h, em frente a sede da AMC, na Praça Estrela. Até lá, os agentes cobram condições mínimas para continuar atuando nos semáforos tais como água, protetor solar, equipes de revezamento, etc.

É reivindicação central da categoria o arquivamento de qualquer procedimento que leve à punição dos agentes que participaram do protesto na quarta-feira, 18/02, e que seja resolvida a situação dos semáforos o mais breve possível, além de apurar se houve realmente sabotagem dos equipamentos. Os agentes não acham justo que a categoria e a população sejam penalizados por uma falha da Prefeitura.